Janeiro verde, que foi dedicado ao combate do câncer do colo do útero, está sendo encerrado com uma grande iniciativa, da qual o Projeto Cura se orgulha de fazer parte. Trata-se da campanha “Movimento Brasil sem câncer do colo do útero”, lançada a partir da união de sociedades médicas e organizações não governamentais, capitaneada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).
O principal objetivo da ação, desenvolvida nas redes sociais dos participantes, é educar a população sobre a importância da vacina anti-HPV (Papilomavírus Humano) para que as meninas que estão hoje na idade de vacinação (9 a 14 anos) sejam a primeira geração sem câncer do colo do útero no Brasil, uma vez que o vírus é responsável por 90% dos casos da doença.
Além disso, a campanha almeja conscientizar as mulheres sobre a importância dos exames ginecológicos preventivos como o Papanicolau.
O Brasil já incorporou a vacina contra o HPV no calendário nacional de vacinação. Para meninas em 2014 e para meninos em 2017(11 a 14 anos). Porém, a taxa de adesão ainda é insuficiente.
Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade da população jovem no Brasil está contaminada pelo HPV, que pode causar vários tipos de câncer: colo do útero, pênis, ânus e mais recentemente foi associado ao câncer de garganta (amígdalas e base de língua).
Segundo a presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Angélica Nogueira Rodrigues, um estudo realizado em oito capitais brasileiras demonstrou que somente 8% dos pais conheciam a vacina contra HPV. No entanto, conforme a médica, “quando eles foram orientados sobre a vacinação, 90% deles disseram que aceitariam vacinar seus filhos ou serem vacinados”.
Entre as principais propostas da campanha “Movimento Brasil sem câncer do colo do útero” estão a vacinação dentro das escolas, seguindo modelo de sucesso da cobertura vacinal em outros países, e/ou que se aprove lei sobre a necessidade de apresentação do cartão de vacinas no momento da matrícula nos estabelecimentos de ensino.
O câncer do colo uterino acomete por ano mais de 16 mil mulheres no Brasil, levando a óbito quase 6 mil pacientes. É a terceira neoplasia mais incidente no país e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. Na região Norte, é a primeira, e a segunda nas regiões nordeste e centro-oeste. No entanto, é uma doença passível de prevenção e curável quando diagnosticada em estágios iniciais.
De acordo com a presidente do Projeto Cura, Fernanda Schwyter, “todos nós temos responsabilidades nos esforços para o enfrentamento do câncer, seja cuidando adequadamente do paciente, seja realizando pesquisas clínicas para a descoberta de melhores tratamentos, seja adotando hábitos de vida saudável e, por fim, evitando a doença, quando possível, com a vacinação, como é o caso do câncer de colo do útero”.
Veja folder da campanha: