19/6/2019

Conheça o vencedor da 1ª edição do prêmio Renata Thormann Procianoy

O Dr. Thiago Bueno foi anunciado o vencedor durante o evento o Best of ASCO® Annual Meeting, promovido pelo LACOG nos dias 14 e 15 junho de 2019 no Hotel Transamérica em São Paulo/SP.Thiago Bueno de Oliveira é Doutor em Oncologia pela Fundação Antônio Prudente; Médico Titular do Departamento de Oncologia Clínica; Líder da Oncologia Clínica no Centro de Referência em Cabeça e Pescoço do AC Camargo Cancer Center; e Membro do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço.

Confira o relato do Dr. Thiago sobre sua pesquisa:O meu trabalho, que já está finalizado e foi minha tese de doutorado, trata-se da avaliação de células tumorais circulantes (CTCs) analisadas em amostras de sangue, antes e após o tratamento em pacientes com câncer de cabeça e pescoço localmente avançado.Foram incluídos de maneira prospectiva 83 pacientes com carcinoma epidermóide de cavidade oral, orofaringe, laringe e hipofaringe, com doença localmente avançada e candidatos a um tratamento com intuito curativo. Foram detectadas CTCs em 94{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} dos pacientes antes do tratamento e o número de CTCs se correlacionou de maneira significativa com sobrevida e resposta ao tratamento. Para cada incremento de 1 CTC/mL antes do tratamento houve um aumento significativo de 18{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} no risco de óbito, 16{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} no risco de recidiva ou progressão de doença e uma redução de 26{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} na chance de resposta completa ao tratamento. Além disso foram estudados a expressão de biomarcadores nas CTCs, alguns deles com potencial prognóstico e preditivo. A contagem de CTCs antes do tratamento também se mostrou um potencial preditor de benefício do uso de quimioterapia antes da radioterapia (de indução). Contagens de CTCs altas após o tratamento e uma cinética desfavorável (aumentos significativos das CTCs considerando os valores antes e após o tratamento) tambem se correlacionaram com pior sobrevida.A relevância dos resultados estão na possibilidade de identificar pacientes com maior risco de óbito ou recidiva de doença para potencial intensificação de tratamento para melhorar estes desfechos. Desta maneira, com a pesquisa de CTCs e biomarcadores antes e após o tratamento, pode-se personalizar o tratamento empregado buscando maximizar as chances de cura e minimizar as sequelas do tratamento, melhorando a sobrevida com qualidade de vida.Segue abaixo um resumo técnico do trabalho e seus resultados:Impacto prognóstico de células tumorais circulantes e potencial papel preditor de resposta ao tratamento em carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço localmente avançado. São Paulo; 2019. [Tese de Doutorado-Fundação Antônio Prudente].Introdução:O papel prognóstico de células tumorais circulantes (CTCs) em câncer de cabeça e pescoço localmente avançado (CCPLA) ainda não está determinado, devido a resultados conflitantes em estudos prévios, a maioria utilizando técnicas dependentes de citoqueratina para identificação e contagem de CTCs. O objetivo primário deste estudo é determinar a taxa de detecção utilizando o método ISET, o papel prognóstico e potencial papel preditivo de CTCs em CCPLA.Métodos:Prospectivamente amostras de sangue de pacientes com CCPLA não metastático, estágios III/IV, foram analisadas para CTCs antes e após o tratamento, em dois cenários: cirurgia curativa inicial e radioterapia (RT) adjuvante e candidatos a estratégias não cirúrgica (irressecáveis ou preservação de órgão) com RT concomitante a quimioterapia (QT) ou cetuximabe, precedida ou não por QT de indução (QTI).Resultados:Foram incluídos 83 pacientes e a taxa de detecção de CTCs baseline foi de 94{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} (78/83). A contagem de CTCs se correlacionou significativamente com sobrevida, com um aumento relativo de 18{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} no risco de óbito (HR=1,18; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,06-1,31; p<0,001), 16{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} no risco de progressão (HR=1,16; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,04-1,28; p=0,004)  e uma redução de 26{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} na chance de resposta completa ao tratamento (OR=0.74; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0.58-0.95; p=0.022) para cada aumento de uma CTC. Pacientes com CTCs < 6,5/mL apresentaram estimativa de sobrevida global (SG) em dois anos de 85,6{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} x 22,9{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} para CTCs ≥ 6.5/mL (HR=0,18; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0,06-0,49; P<0,0001) e pacientes com CTCs ≤ 3.8/mL uma estimativa de sobrevida livre de progressão (SLP) em dois anos de 71,8{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} x 37{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} para CTCs > 3.8/mL (HR=0,32; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}:0,15-0,67; p=0,001). Após o tratamento, contagens altas de CTCs (ponto de corte 6,6/mL) se correlacionaram significativamente com pior SG (HR=0,12; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0,06-0,40; p<0,001) e SLP (HR=0,19; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0,06-0,59; p=0,001). No subgrupo de tratamento não cirúrgico (n=67), presença de microêmbolos (ME) se correlacionou significativamente com pior SG (HR=3,01; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,06-8,52; p=0,020) e SLP (HR=3,84; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,62-9,11; p<0,001). Neste subgrupo, CTCs altas (>3,8/mL) e ME foram identificados como potenciais preditores do benefício de QTI. Expressão de MRP-7 em ME baseline se relacionou a pior SG (HR=3,49; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,01-12,04; p=0,047) e SLP (HR=3,62; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 1,08-12,13; p=0,037) e expressão de TFGβRI nas CTCs após o tratamento a pior SG (HR=3,60; 1,03-12,59; p=0,032). Expressão de β-tubulina III nas CTCs se relacionou a pior SG em pacientes recebendo QTI (p=0.012). Pacientes com cinética favorável de CTCs tiveram melhor SG (HR=0,22; IC95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0,07-0,67; p=0,004) e SLP (HR=0,33; CI95{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391}: 0,13-0,84; p=0,015).Conclusões:Contagem de CTCs baseline se correlacionaram com sobrevida e resposta ao tratamento e, junto com ME, são potenciais fatores preditivos do benefício de QTI. Contagens de CTCs altas após o tratamento e cinética desfavorável também foram prognósticos. Expressão de biomarcadores em CTCs e ME tem papel prognóstico e preditivo em CCPLA.

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