29/9/2023

Painel do Instituto Projeto Cura no 10º Congresso TJCC reafirma a importância das pesquisas


Especialistas e paciente se reuniram no painel do Instituto Projeto Cura no 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer e mostraram que o país precisa valorizar mais as pesquisas clínicas.

“Assim como todos os medicamentos e vacinas que usamos hoje precisaram de pesquisas antes de serem utilizados, a cura do câncer também necessita de estudos clínicos para ser encontrada”. A frase dita por Fernanda Schwyter, Presidente do Instituto Projeto Cura, durante o painel “A cura do câncer começa nas pesquisas” realizado na última quinta-feira, 28, durante o 10º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, vem ao encontro da missão do instituto, que é ser uma associação sem fins lucrativos que leva informação, educação e financiamento no apoio à pesquisa clínica para a busca da cura contra o câncer.

Com as presenças de Dra. Heloisa Resende, Médica Oncologista e Presidente do Comitê Científico do Cura; Sr. Claudiosvam Martins Alves de Sousa, Coordenador de Pesquisa Clínica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA; Dr. Ricardo Caponero, Oncologista Clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Mestre em oncologia molecular, Coordenador do Comitê de Cuidados Paliativos da SBOC, Presidente do Conselho Técnico Científico da FEMAMA e Coinvestigador de estudos clínicos; e Ana Cristina Angrisano, paciente de pesquisa clínica oncológica; os debates mostraram não só na teoria, mas também na prática com o depoimento de uma paciente oncológica em tratamento através de pesquisa clínica, o quão importantes e capazes de reverter um cenário elas são, garantindo sobrevida com qualidade e controle desse tipo da doença.

Conforme citado por Dr. Ricardo Caponero, “os estudos não só precisam mostrar que funcionam, mas também que sejam benéficos aos pacientes e, para tal, precisamos de mais pesquisas”.

Na sua explanação, Claudiosvam Martins, Coordenador de Pesquisas da ANVISA, reforçou a tese dizendo que “ainda há um espaço gigantesco para investimentos em pesquisas no Brasil, principalmente provenientes de investimentos nacionais, de empresas brasileiras”.

Impacto da Pesquisa Clínica no Brasil

A apresentação da Dra. Heloísa Resende teve foco na pesquisa Neosamba, da qual ela também é uma das pesquisadoras através do Centro de Pesquisa Jardim Amália, em Volta Redonda (RJ). O estudo hoje está na fase 3, recrutando 500 pacientes, coordenada pelo LACOG - Latin American Cooperative Oncology Group, reunindo 19 centros de pesquisas, em diversas cidades brasileiras. A pesquisa busca confirmar se a nova sequência de tratamento (taxanos e antraciclinas), com drogas já disponíveis no SUS em mulheres diagnosticadas com câncer de mama tipo HER2 negativo, com quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia), mostram aumento da sobrevida livre da doença e da sobrevida global das mulheres portadoras dessa patologia.

A médica oncologista ainda mostrou que em cânceres de mama, 27% dos casos já são encontrados em estágios avançados e fez o questionamento: - “será que posso confiar naquela sequência de tratamento que tenho com a doença nesta fase?”, mostrando, assim, a relevância de se repensar o protocolo padrão utilizado e o impacto dela.

Encabeçada pelo Dr. José Bines, investigador principal do estudo, que apresentou na ASCO em 2018 a fase 2 dessa pesquisa Neosamba, realizada no Instituto Nacional de Câncer – INCA, com 118 pacientes, evidenciou grandes benefícios na inversão do protocolo padrão e, com as ações do Instituto Projeto Cura, está sendo possível levar adiante esse estudo, que terá um impacto global.

Além da apresentação dos benefícios da pesquisa Neosamba à população, a Dra. Heloisa mostrou dados importantes de uma outra pesquisa que o Instituto Projeto Cura realizou, que será publicada brevemente, e que precisam ser levados em consideração, como:

  • 70% dos centros de pesquisas estão localizados em capitais;
  • Um terço dos oncologistas encaminha menos de 1% dos pacientes para pesquisas clínicas;
  • Dentro das barreiras apontadas: escassez de protocolos, necessidade do paciente viajar a outro local para participar da pesquisa, burocracia relacionada aos processos regulatórios;
  • Dificuldade para incluir hospitais em pesquisa;
  • Falta de uma plataforma atualizada e unificada que pudesse informar com segurança a disponibilidade de estudos para cada paciente

Finalizando o painel, a paciente de pesquisa de câncer de mama metastático e voluntária do Instituto Projeto Cura, Ana Cristina Angrisano contou como entrou nas pesquisas clínicas após a remissão de seu segundo câncer, em 2015. “Comecei os estudos clínicos em 2017, dois anos depois do segundo diagnóstico. Naquela época, a expectativa era nula. Quando você recebe um diagnóstico desses e se depara com uma opção de sobrevida de alguns meses, obviamente que a minha escolha foi pela vida. E cá estou, anos depois. Desejo que as pesquisas sejam para todos!”.

Ao final, foi apresentado um vídeo de uma campanha para a divulgação da pesquisa Neosamba , da atriz Patrícia Pillar, realizado pelo Instituto Projeto Cura.

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Colaboração: Estrela Comunicação - Assessoria de Imprensa

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