4/2/2020
Movimento luta por primeira geração sem câncer do colo do útero
Janeiro verde, que foi dedicado ao combate do câncer do colo do útero, está sendo encerrado com uma grande iniciativa, da qual o Projeto Cura se orgulha de fazer parte. Trata-se da campanha “Movimento Brasil sem câncer do colo do útero”, lançada a partir da união de sociedades médicas e organizações não governamentais, capitaneada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).O principal objetivo da ação, desenvolvida nas redes sociais dos participantes, é educar a população sobre a importância da vacina anti-HPV (Papilomavírus Humano) para que as meninas que estão hoje na idade de vacinação (9 a 14 anos) sejam a primeira geração sem câncer do colo do útero no Brasil, uma vez que o vírus é responsável por 90% dos casos da doença.Além disso, a campanha almeja conscientizar as mulheres sobre a importância dos exames ginecológicos preventivos como o Papanicolau.O Brasil já incorporou a vacina contra o HPV no calendário nacional de vacinação. Para meninas em 2014 e para meninos em 2017(11 a 14 anos). Porém, a taxa de adesão ainda é insuficiente.Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade da população jovem no Brasil está contaminada pelo HPV, que pode causar vários tipos de câncer: colo do útero, pênis, ânus e mais recentemente foi associado ao câncer de garganta (amígdalas e base de língua).Segundo a presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Angélica Nogueira Rodrigues, um estudo realizado em oito capitais brasileiras demonstrou que somente 8% dos pais conheciam a vacina contra HPV. No entanto, conforme a médica, “quando eles foram orientados sobre a vacinação, 90% deles disseram que aceitariam vacinar seus filhos ou serem vacinados”.Entre as principais propostas da campanha “Movimento Brasil sem câncer do colo do útero” estão a vacinação dentro das escolas, seguindo modelo de sucesso da cobertura vacinal em outros países, e/ou que se aprove lei sobre a necessidade de apresentação do cartão de vacinas no momento da matrícula nos estabelecimentos de ensino.O câncer do colo uterino acomete por ano mais de 16 mil mulheres no Brasil, levando a óbito quase 6 mil pacientes. É a terceira neoplasia mais incidente no país e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. Na região Norte, é a primeira, e a segunda nas regiões nordeste e centro-oeste. No entanto, é uma doença passível de prevenção e curável quando diagnosticada em estágios iniciais.De acordo com a presidente do Projeto Cura, Fernanda Schwyter, “todos nós temos responsabilidades nos esforços para o enfrentamento do câncer, seja cuidando adequadamente do paciente, seja realizando pesquisas clínicas para a descoberta de melhores tratamentos, seja adotando hábitos de vida saudável e, por fim, evitando a doença, quando possível, com a vacinação, como é o caso do câncer de colo do útero”.Veja folder da campanha: