As infecções adquiridas em hospitais (também chamada de Infecção Relacionada à Assistência em Saúde-IRAS) são complicações que podem ser causadas por microrganismos, como bactérias e vírus. Alguns dos microrganismos que geram as infecções hospitalares são encontrados no meio ambiente e alguns fazem parte do nosso corpo.
Apesar de gerarem muito medo e terem variantes graves, as infecções podem ser evitadas com medidas preventivas simples. Vamos entender mais sobre o assunto?
Os tipos de infecções hospitalares mais comuns incluem aquelas associadas a uma ferida cirúrgica ou à inserção de dispositivos médicos, como gotejamento intravenoso, cateter urinário ou dreno de ferida. Tal infortúnio pode ocorrer porque muitas pessoas enfermas estão com o seu sistema imunológico comprometido, o que a deixa mais suscetível a contrair uma infecção. No Brasil, as mais comuns são infecções respiratórias, sendo a pneumonia a mais comum; infecção urinária; infecções na pele e infecções no sangue.
Além disso, existe ainda o risco de contaminação por superbactérias, que surgem quando a administração de antibióticos é feita de forma inadequada, o que pode causar uma seleção natural das bactérias mais resistentes. No contexto Brasileiro, chama atenção a incidência das superbactérias Acinetobacter spp, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e E.coli.
Para que o corpo hospitalar possa evitar a incidência dessas infecções, há uma série de protocolos de segurança a serem seguidos em prol da prevenção. Os mais comuns são: lavar as mãos com sabão ou usar gel à base de álcool; usar equipamentos de proteção, como luvas, jalecos, máscaras e protetores para os olhos; separar pacientes infecciosos de outros; desinfectar equipamentos médicos entre o uso de um paciente e outro; além de manter um ambiente limpo.
Apesar desses esforços, alguns pacientes ainda correm maior risco do que outros de contrair uma infecção durante a internação. Isso pode acontecer especialmente com pessoas que estão com doenças que afetam a capacidade de seu corpo de combater infecções como câncer. Porém, idosos, recém-nascidos; pessoas com comprometimento da imunidade (pacientes com AIDS ou pós-transplantados, por exemplo); diabéticos; pessoas com doenças vasculares e pacientes que usam dispositivos invasivos, como sondagem urinária, inserção de cateter venoso e utilização de ventilação por aparelhos são alguns dos que também estão vulneráveis às infecções hospitalares.
Para reforçar a segurança de todos os pacientes, nós, os visitantes, familiares e amigos de pessoas doentes também podemos fazer a nossa parte para evitar o aparecimento das infecções hospitalares. Sempre lavar as mãos depois de usar o banheiro ou antes de comer; não fazer visitas caso apresente sintomas de alguma doença; evitar tocar em uma ferida ou dispositivo inserido no corpo do paciente; informar ao profissional de saúde que cuida se a área ao redor de qualquer uma das linhas ou tubos inseridos no corpo do paciente ficar vermelha, inchada ou dolorida; evitar falar muito perto do paciente para prevenir a infecção por doenças respiratórias e não ter medo de perguntar a um profissional de saúde se ele limpou as mãos antes de fazer qualquer procedimento.
As atitudes descritas acima parecem simples, mas tem o poder de fazer toda a diferença na evolução segura de um tratamento médico. Portanto, manter-se vigilante ao ambiente e aos seus próprios hábitos é o primeiro passo para que possamos manter o ambiente hospitalar seguro para os pacientes, funcionários e para as pessoas que amamos. Fiquem atento, sigam os protocolos de higiene e as orientações dos profissionais de saúde!
Texto por Letícia Barbosa
Nesta quarta-feira (16), o público pôde conhecer a pesquisa vencedora da premiação Renata Thormann Procianoy, idealizada pelo Instituto Projeto Cura. A investigação, intitulada “Estudo randomizado com uso de aquecedor elétrico de mãos versus observação para reduzir o desconforto durante o resfriamento do couro cabeludo, para prevenção da alopecia induzida pela quimioterapia”, é liderado pela Dra. Luciana Landeiro e estuda meios de proporcionar conforto geral e térmico para pacientes com câncer de mama que utilizam resfriamento no couro cabeludo durante seu tratamento com quimioterapia como forma de evitar a Alopecia Areata (queda de cabelo). A solenidade com a entrega do prêmio aconteceu dia 16 e foi parte da programação do Best of ASCO 2021 Annual Meeting – Edição Brasil.
Perfil da vencedora
Mulher e nordestina, Dra Luciana Landeiro possui como principal linha de pesquisa o câncer de mama e tumores ginecológicos. A doutora iniciou sua trajetória como bolsista em um grupo de pesquisa em hepatologia da Universidade Federal da Bahia. Anos depois, em sua residência em oncologia, focou os seus esforços na melhoria da qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
Além disso, realizou pós-graduação em pesquisa clínica pela Harvard Medical School. Em seguida, Luciana se tornou doutora em Oncologia Clínica pela Universidade de São Paulo e escolheu a linha de pesquisa Survivorship, em que avaliou taxas de retorno ao trabalho em pacientes com câncer de mama.
A Dra Luciana Landeiro é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC); da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e coordenadora do Núcleo de Pesquisa do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) / Grupo Oncoclínicas.
Sobre a pesquisa
O trabalho foi desenvolvido dentro da área da qualidade de cuidado de pacientes com câncer de mama e foi idealizado de forma conjunta entre a Dra Luciana Landeiro e Dra. Clarissa Mathias. A população do estudo foram pacientes com diagnóstico de câncer de mama inicial, localmente avançada.
Os voluntários da pesquisa foram submetidos a resfriamento do couro cabeludo durante o tratamento com quimioterapia como forma de prevenir o efeito adverso da Alopecia, que é a queda de cabelo. No estudo, os pacientes foram randomizados, na razão 1 para 1, para intervenção com uso de aquecedores elétricos de mãos versus observação durante o resfriamento do couro cabeludo. O objetivo principal foi avaliar o conforto geral dos participantes através da avaliação de conforto e sensação térmica.
Os resultados desse estudo piloto sugerem que o uso de aquecedores de mão têm um impacto favorável e consistente no conforto geral e térmico entre pacientes com câncer de mama que utilizam resfriamento no couro cabeludo durante seu tratamento com quimioterapia. Tais resultados são um indício inicial de que um dispositivo simples pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e talvez reduzir interrupções no tratamento com a touca térmica.
História do Prêmio Renata Thormann Procianoy
A premiação foi lançada pelo Instituto Projeto Cura em 2019 durante o Best of ASCO e presta homenagem à história de Renata Thormann Procianoy que dedicou dois anos da sua vida ajudando sua mãe, Nora Thormann, a encontrar um diagnóstico correto e o tratamento para um câncer de mama. Nora recuperou-se ao ser recrutada para uma pesquisa coordenada pelo médico Dr. Roberto Miranda no hospital MD Anderson, da Universidade do Texas, EUA.
O Instituto Projeto Cura agradece especialmente à Cristália por incentivar pesquisas através do apoio a 3º edição do prêmio Renata Thormann Procianoy.
Texto por Letícia Barbosa
Com informações de: Best of ASCO 2021 Annual Meeting - Edição Brasil
O ASCO 2021 Annual Meeting é o maior congresso de oncologia do mundo e o mais aguardado por quem atua nessa área, já que todos os anos apresenta diversos estudos que mudam a prática clínica. Em 2021, devido a pandemia, pelo segundo ano consecutivo o evento foi realizado 100% online. A cada ano são inúmeros os estudos que podem transformar a nossa prática ou surgem como opção de mudança.
Abaixo cito alguns destaques da ASCO 2021:
Mama: estudo de adjuvância com inibidores de PARP em paciente com mutação de BRCA1 e BRCA2. Houve aumento de sobrevida livre de doença significativa com o uso de olaparibe. Aguardamos os dados de sobrevida global.
Próstata: tratamento que demonstrou aumento de sobrevida global com a terapia LU-PSMA 617 em pacientes com câncer de próstata resistentes a castração PSMA positivos submetidos a tratamentos prévios com antiandrogênicos de nova geração e taxanos. Esse estudo já muda a prática clínica devido comprovar aumento de sobrevida global.
Cabeça e pescoço: uso de imunoterapia associado a quimioterapia padrão em primeira linha de carcinoma de nasofaringe recorrente/metastático. Apresentou aumento importante de sobrevida livre de progressão. Vale a pena aguardar dados de sobrevida global e qualidade de vida.
Rim: imunoterapia no tratamento adjuvante de câncer renal de células claras. Apresenta aumento de sobrevida livre de doença, mas ainda imaturo para analise de sobrevida global, mas com tendência a ser positivo.
Esses são apenas alguns exemplos de vários estudos apresentados que podem dar novos rumos a nossa prática clínica ou, se ainda não a alteram, abrem novas possibilidades no tratamento de diversos tipos de neoplasias.
Por isso, reforçamos sempre a importância da pesquisa clínica. Ela realmente salva vidas! E nada como um congresso desse porte para nos incentivar cada vez mais a fazer pesquisa.
Diversos centros brasileiros e pesquisadores do nosso país participaram desses e outros estudos apresentados na ASCO, o que nos enche de orgulho e incentivo para continuarmos na luta para facilitar a prática de pesquisa em nosso país. Quem mais ganha com isso são os pacientes.
10 de junho de 2021 - Devido à pandemia de COVID-19, observamos o quão se faz necessário celebrar esforços de pesquisa e compartilhar conhecimento. Atenta a isso, pelo primeiro ano, a farmacêutica Cristália apoiará o prêmio Renata Thormann Procianoy. A premiação acontecerá no dia 16 de Junho, das 20h às 20h30, durante o Congresso Best of ASCO 2021 Annual Meeting - Edição Brasil. Este, que é um dos maiores eventos em oncologia do país, poderá ser conferido virtualmente entre os dias 14 a 16 de Junho. O congresso é gratuito, voltado para médicos e profissionais da saúde, e está com as inscrições abertas. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.
A Cristália, nossa nova parceira, é um complexo industrial farmacêutico, farmoquímico, biotecnológico e de pesquisa brasileiro que há 47 anos vem liderando o mercado de inovação, sendo considerada por 3 anos seguidos a melhor empresa farmacêutica do Brasil. Em relação ao paciente oncológico, a Cristalia também é pioneira e inaugurou em 2019 a planta da Farmoquimica de produtos oncológicos, que já está produzindo, em território brasileiro, vários fármacos (IFAs) de alta potência para a oncologia. Ficou curioso e quer saber um pouco mais sobre a Cristália? Acesse o seu portfólio aqui!
Mais do que prestar o devido reconhecimento, o Instituto Projeto Cura busca com o prêmio Renata Thormann Procianoy motivar a comunidade científica a seguir com suas investigações de excelência e renovar seu ímpeto de ajudar ao próximo e as futuras gerações, pois atuar em pesquisa no Brasil pode ser desafiador e desgastante devido a falta de incentivos. Além disso, a intenção é divulgar entre os pares da ciência e o público leigo o que tem sido feito de inovador em nossa ciência em busca de qualidade de vida para o paciente oncológico e tratamentos mais eficazes contra o câncer.
A premiação foi lançada pelo Instituto Projeto Cura em 2019 durante o Best of ASCO, cujo vencedor foi o Dr. Thiago Bueno. O prêmio presta homenagem à história de Renata Thormann Procianoy que dedicou dois anos da sua vida ajudando sua mãe, Nora Thormann, a encontrar um diagnóstico correto e o tratamento para um câncer de mama. Nora recuperou-se ao ser recrutada para uma pesquisa coordenada pelo médico Dr. Roberto Miranda no hospital MD Anderson, da Universidade do Texas, EUA.
Este ano o Best of ASCO 2021 terá palestras nos temas: Genitourinário; Câncer de Pele e Sarcomas; Cabeça e Pescoço / Neuro; Mama; Ginecologia; Hematologia; Gastrointestinal e Pulmão. Os palestrantes estão entre os pesquisadores mais renomados e inovadores do país, portanto convidamos todos para participarem desse momento de troca de conhecimento e comunhão, junte-se a nós!
Texto por Letícia Barbosa
Com informações de: Cristália e Best of ASCO 2021 Annual Meeting - Edição Brasil
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o uso do tabaco causa 8 milhões de mortes todo o ano. Para conscientizar a população dos riscos do cigarro o dia 31 de maio é marcado como Dia Mundial sem Tabaco. A data, já carregada de importância, torna-se ainda mais essencial, pois evidências recentes mostram que fumantes são mais propícios a desenvolver casos severos de COVID-19 e vir a óbito.
Em 29 de abril de 2020, uma revisão de estudos por especialistas em saúde pública convocada pela OMS descobriu que os fumantes são mais propensos a desenvolver versões mais graves do coronavírus, em comparação com os não fumantes. Isso ocorre porque o COVID-19 é uma doença infecciosa que ataca principalmente os pulmões e o tabagismo é um fator de risco para muitas infecções respiratórias, porque prejudica o pulmão, o que aumenta a gravidade das doenças respiratórias. Ou seja, fumar diminui a função pulmonar, tornando mais difícil para o corpo lutar contra o coronavírus e outras doenças.
Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabaco também tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Tais enfermidades são as comorbidades que tanto ouvimos falar nos noticiários, as quais colocam as pessoas em maior risco, caso sejam afetadas pelo coronavírus.
Diante desse quadro, torna-se imprescindível procurar meios para superar o cigarro, não só porque ele deixa quem o usa mais vulnerável ao COVID-19, mas por seu uso por si só causar diversos males à saúde. O desafio é árduo, porém o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para aqueles que desejam parar de fumar. A iniciativa é realizada através do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). O programa é viabilizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o INCA e se estende por todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. Clique aqui e saiba onde você pode encontrar tratamento contra o tabagismo perto de você.
Com informações de: Organização Mundial da Saúde e Instituto do Câncer Brasil
Como parte da sua missão de democratizar o acesso à informação sobre ciência, o Instituto Projeto Cura segue a tradição de promover lives informativas no Instagram, sempre com convidados renomados da área da medicina e pesquisa. Na quinta-feira (27), o debate foi sobre o status da pesquisa clínica em meio a uma crise sanitária. Os convidados foram os oncologistas e pesquisadores Dra. Heloísa Resende e o Dr. Fábio Franke, a mediação foi realizada por Fernanda Schwyter, presidente do Instituto Projeto Cura.
Na live, discutiu-se como a pandemia tornou difícil a continuação do tratamento dos pacientes oncológicos pelo risco da doença. Além disso, Dra. Resende e Dr. Franke afirmam que o medo de se dirigir aos hospitais, além da falta de vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), gerou subnotificação de novos casos de câncer. “Diante da pandemia as pessoas não estão tendo a oportunidade de receber diagnóstico. Essa situação gera uma previsão ruim para os próximos anos, porque o tratamento precoce é essencial contra o câncer. Assim, haverá um aumento no número de pacientes precisando de tratamento emergencial contra doença e o SUS terá dificuldades de assistir a esse acúmulo de pessoas que virá”, lamentou Dra. Heloísa Resende.
A solução para “desafogar” o SUS seria o investimento e desburocratização do acesso a pesquisas clínicas que estudam tratamentos e curas para os mais diversos cânceres. Porém, do mesmo modo que a chegada da COVID-19 acelerou processos de colaboração científica e popularizou a importância da pesquisa para a população leiga, surgiu certa desconfiança acerca dos testes e pesquisas clínicas. De acordo com o Dr. Fábio Franke e Dra. Heloísa Resende, houve uma perca de referência. “A pesquisa caiu na boca do povo, o que foi positivo, mas em que pesquisa a população deve acreditar? Há tanto negacionismo e Fake News. O desafio é: como filtrar a informação sendo leigo?”, questionou Dra. Heloísa Resende. Para o Dr. Franke, “a educação precisa se aproximar da saúde, para que assim se possa compartilhar informações sobre vacinas, bons hábitos de saúde e autocuidado”.
Ao final da live, falou-se da necessidade de se publicizar os direitos e deveres do paciente de pesquisa, a fim de desmistificar a crença que tais participantes são cobaias. Também foi defendida pelo Dr. Fábio Franke a urgência em se regulamentar e desburocratizar os estudos clínicos no Brasil, pois o contexto da pandemia nos mostrou o quanto processos mais ágeis são fundamentais para que possamos salvar vidas e ter acesso a tratamentos modernos. O oncologista é um dos defensores do projeto de lei 7082/2017, de autoria da senadora Ana Amélia, o qual pretende regulamenta e agilizar a realização de pesquisas clínicas com seres humanos por instituições públicas ou privadas no Brasil, criando, assim, princípios, diretrizes e regras para a condução de tais estudos.
Não só no contexto da crise sanitária, mas também no tratamento contra o câncer, a regulamentação dos estudos clínicos tem o poder de abrir o Brasil para as novidades da medicina internacional. O Dr. Franke relata que “há uma grande necessidade de novos tratamentos por parte dos pacientes oncológicos que não é atendida porque são poucos os estudos de outros países que conseguem efetivamente chegar ao Brasil. Isso acontece por causa da burocracia e pela falta de previsibilidade. [...] Eu já trabalhei na parte regulatória e demoramos um ano organizando só a documentação. No final, os estudos não abriam no Brasil ou eram cancelados porque simplesmente se encerrava o recrutamento no resto do mundo”.
Na live, o médico ainda explicou que as pesquisas são extremamente organizadas, então há receio dos estudos estrangeiros de se investir em um país em que os processos lentos dificultam saber as respostas dos conselhos éticas e sanitários; quantos pacientes poderão participar do estudo e quando de fato o trabalho poderá ser iniciado. Então, os estudos, que em sua maioria são globais, escolhem os países com cenários mais disponíveis.
Dr. Fábio Franke e Dra. Heloísa Resende encerraram a live deixando a mensagem de que médicos e pesquisadores precisam ter o direito de disponibilizar novos estudos e tratamentos para os pacientes e há grande procura por tais alternativas e interessados em se candidatarem como voluntários das pesquisas.
Para assistir a essa e outras lives siga o nosso Instagram @projetocura.
Texto por Letícia Barbosa
Na juventude nos sentimos imunes, estamos descobrindo o mundo, quem nós somos e temos toda a vida pela frente. É comum que nesse período da vida a preocupação com a saúde seja algo distante, uma questão para pessoas mais velhas. Infelizmente, o câncer é uma doença que atinge a todos, inclusive os mais jovens, que se sentem tão invencíveis nessa idade.
De acordo com o médico oncologista Dr. Eduardo Romero, “as pessoas costumavam acreditar que o câncer era do uma doença de pessoas mais velhas, já que era mais comum na terceira idade. Hoje, infelizmente, isso mudou drasticamente. Cada vez mais vemos jovens com câncer, muito devido às mudanças no estilo de vida como: alimentação inadequada, sobrepeso/obesidade, sedentarismo e estresse”.
O Oncoguia aponta que entre os cânceres mais comuns em adolescentes, com idades entre 15 e 19 anos, estão: Linfomas, Leucemias, Câncer de tireoide, Tumores cerebrais e de medula espinhal, Câncer de testículo, Tumores ósseos e sarcomas de partes moles, Melanoma e Câncer de ovário.
Já entre os adultos jovens, com idades entre 20 e 39 anos, estão: Tumores cerebrais e da medula espinhal, Câncer colorretal, Câncer de testículo, Câncer de tireoide, Cânceres do trato genital feminino, Tumores ósseos e Sarcomas de partes moles, Melanoma, Linfomas e Câncer de mama.
Podemos observar esse quadro alarmante ao analisarmos estudos norte-americanos e brasileiros realizados nos últimos anos. O primeiro estudo em questão foi feito pela Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia coletou dados de quase meio milhão de pacientes entre 15 e 39 anos com câncer, entre 1973 e 2015, e descobriu que os casos câncer nos jovens aumentaram 30% nas últimas quatro décadas o que torna o câncer a principal causa de morte relacionada a doenças nessa faixa etária. O estudo completo pode ser encontrado aqui.
No Brasil, durante o Fórum Big Data em Oncologia (2019), o aumento dos casos de câncer na população entre 20 e 49 anos, de 1997 a 2016 chamou a atenção de especialistas. Nesse período, a incidência por ano do câncer da glândula tireóide registrou uma elevação de 8,8%, o de próstata 5,2% e o de cólon e reto 3,4%. Os dados fazem parte do estudo elaborado pelo Observatório de Oncologia, que teve como tema Câncer antes dos 50: como os dados podem ajudar nas políticas de prevenção. De acordo com o estudo, houve aumento ainda na mortalidade por alguns tipos da doença. O maior percentual foi de câncer no corpo do útero, que subiu 4,2% por ano; seguido por cólon e reto com 3,2%, mama 2,5%, cavidade oral 1,2% e colo de útero 1%. (Informações da Agência Brasil)
O Dr. Eduardo Romero ainda destaca que “no Brasil, além do aumento de casos também temos aumento da mortalidade, isso devido às dificuldades que enfrentamos em nosso país quanto ao acesso à saúde, tanto para prevenção, rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento adequado”. O oncologista ainda reforça que “o câncer não escolhe idade, sexo, raça, religião e local, ele está presente na nossa vida cada vez mais. Portanto, faça seus exames de rotina, compareça sempre ao seu médico(a) e discuta com ele(a) se na sua idade existem exames que possam ser realizados para rastreamento e diagnóstico precoce do câncer. Fique sempre atento a sintomas que podem ser sugestivos de neoplasia, mas não espere sintomas para ir ao médico, vá de rotina a ele(a)”.
Abaixo estão alguns exemplos de exames e vacinas selecionados pelo Dr. Eduardo Romero que podem colaborar com a prevenção e tratamento precoce de alguns tipos de câncer:
- Câncer de mama: exame de Mamografia (início aos 40 anos ou antes se houve a presença nódulos na mama ou história familiar de neoplasia) e US de mamas (todas as idades)
- Câncer de colo uterino: papanicolau, citologia oncótica ou exame de prevenção (início aos 25 anos)
- Câncer de intestino: colonoscopia ( início aos 45 anos ou antes se sintomas ou história de familiar)
- Vacina HPV: meninos de 11 a 14 anos e meninas de 9 a 14 anos (disponível no SUS). A vacina pode prevenir o surgimento de câncer de colo uterino, vulva, vagina, pênis, ânus e cabeça e pescoço (orofaringe)
O conteúdo desse texto é de cunho informativo e não substitui o laudo médico. Caso apresente algum dos sintomas descritos acima, um médico deverá ser consultado.
Texto por Letícia Barbosa
O que é?
O Câncer Colorretal, também conhecido como câncer de cólon, reto ou de intestino, é um tumor que surge no intestino grosso. A doença, que se desenvolve a partir de pólipos (lesões benignas) que crescem na parede do intestino grosso, é tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é o terceiro mais frequente entre os homens, ficando atrás do câncer próstata e de pulmão. Entre as mulheres ele é o segundo mais recorrente, perdendo apenas para o câncer de mama.
O Dr. Rodrigo Melão Martinho, do Instituto do Câncer Brasil, releva que “o surgimento do CCR pode ser influenciado por fatores esporádicos, que representam de 70% a 80% dos casos, e genéticos”. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% dos casos poderiam ser prevenidos com a mudança de hábitos e acesso a colonoscopia, que permite além do diagnóstico precoce, a ressecção de pólipos (lesões precursoras).
Dentre os fatores de risco relacionados ao estilo de vida destacados pelo doutor estão: Obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, tabagismo, dieta rica em carne vermelha e alimentos processados. Há ainda fatores que não podemos controlar, como: idade, história familiar, doença inflamatória intestinal e etnia. Por isso, Dr. Rodrigo dá o alerta “pratique atividade física, tenha uma alimentação saudável e equilibrada, controle o excesso de peso e não use drogas”.
Sinais e sintomas
Infelizmente, na maioria dos casos, o câncer colorretal não apresenta sintomas, apenas 40% dos cânceres colorretais são diagnosticados em fase inicial.
Entretanto, alguns sintomas que podem ocorrer são:
• Diarreia ou constipação.
• Sensação de que o intestino não é completamente esvaziado.
• Presença de sangue nas fezes.
• Dor abdominal tipo cólica, sensação de inchaço abdominal.
• Cansaço e fadiga.
• Perda de peso sem um motivo específico.
É preciso ficar atento, pois esses sintomas também podem estar associados a outras doenças. Contudo, apresentando qualquer um desses sintomas, um médico deverá ser consultado para o diagnóstico preciso e o início do tratamento caso necessário.
(Fonte: Oncoguia)
Diagnóstico e tratamento
Como o câncer colorretal pode ser confundido com outras enfermidades e possui baixa taxa de diagnóstico em sua fase inicial, é fundamental não ignorar os sinais e sintomas. Isso porque investigar de imediato e ter um diagnóstico precoce é essencial para um tratamento mais eficaz.
Portanto, ao sentir os sintomas e procurar um especialista, este poderá investigar o caso e chegar a um diagnóstico a partir de exames de imagem, como a colonoscopia e a retossigmoidoscopia, e través de exame de fezes, que irá buscar a presença de sangue oculto nas fezes.
A cirurgia em câncer colorretal
A cirurgia oncológica tem papel fundamental na luta contra o câncer, uma vez que até 90% dos pacientes portadores de doenças oncológicas irão necessitar de algum tipo de procedimento cirúrgico, seja para tratamento ou diagnóstico.
De acordo com o Dr. Diego Greatti Vaz da Silva, membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica Regional de São Paulo (SBCO-SP), a cirurgia em paciente de câncer colorretal também é necessária. “Os tratamentos com intenção curativa contra tal doença incluem cirurgia para a retirada do segmento intestinal acometido, esse procedimento cirúrgico é um dos mais bem difundidos entre os cirurgiões que tratam câncer. Inicialmente realizada em 1900, sofreu diversos avanços técnicos e tecnológicos durante as últimas décadas, se tornando muito segura e com baixas taxas de complicação”, explica.
Hoje em dia, a cirurgia minimamente invasiva (videolaparoscopia e robótica) para tratamento de câncer colorretal é segura e preferencial para boa parte dos casos. O Dr. Diego esclarece que com ela, a incisão abdominal e o trauma cirúrgico são menores, agilizando a recuperação cirúrgica. Na cirurgia robótica, o procedimento é realizado pelo cirurgião habilitado controlando pinças de um robô, que executam os movimentos delicadamente e com maior precisão no paciente. Quando disponível, essa via facilita a cirurgia principalmente em tumores localizados no reto baixo, mais próximo do ânus.
Novidades nas pesquisas sobre câncer colorretal
O Dr. Caio Rocha Lima, oncologista, investigador e professor de oncologia clínica da Universidade Wake Forest - Carolina do Norte, destaca duas iniciativas promissoras em pesquisa contra o câncer colorretal: imunoterapia e tecnologia de DNA.
Em imunoterapia, Dr. Caio explana que a solução é focada em câncer de cólon com instabilidade de microssatélite. Esse tipo acomete em torno de 5% de pacientes com câncer de colón metastático e em torno de 15% de pacientes com câncer em estádio 2 e 3. Este tipo de câncer pode ser relacionado a predisposição genética (síndrome de Lynch) ou somática (não genética). O tratamento em imunoterapia consiste em potencializar o sistema imunológico para que ele possa combater doenças como o câncer.
Outra área de pesquisa importante citada por Dr. Caio se dedica a detectar a recorrência de células cancerosas circulantes (ctDNA) com tecnologia de DNA. Essa tecnologia é superior em detectar recorrência comparadas com a monitoração de recorrência com radiologia (CT scan, MRI, ou PET scan) ou com marcador tumoral, como o CEA.
O conteúdo desse texto é de cunho informativo e não substitui o laudo médico. Caso apresente algum dos sintomas descritos acima, um médico deverá ser consultado.
Ao longo da história, seja como cientistas, profissionais da saúde, cuidadoras ou pacientes, as mulheres têm desempenhado um papel vital na luta contra o câncer. Embora as desigualdades de gênero permaneçam, as mulheres estão conseguindo ocupar mais cargos de liderança e ativismo nas áreas da saúde e da ciência, o que tem o poder de impactar positivamente a atenção, o cuidado e o acesso à informação das mulheres que são pacientes oncológicas ou que acompanham familiares, parceiros ou amigos que estão em tratamento contra o câncer.
Pensando no quanto a participação feminina nessa área pode ajudar a inspirar outras mulheres a contarem suas histórias e levantarem a bandeira da pesquisa científica, destacamos abaixo as iniciativas inspiradoras de algumas das muitas mulheres que trabalham em prol de um objetivo comum: a luta contra o câncer e o bem estar do paciente oncológico.
Cientistas da USP desenvolvem imunoterápico contra o HPV
As pesquisadoras Luana Moraes, Bruna Porchia e Mariana Diniz do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP buscam concluir o desenvolvimento de um imunoterápico, chamado Terah-7. O tratamento é direcionado a tumores causados pelo vírus do o HPV, como o câncer de colo de útero. O Terah-7 é capaz de direcionar e ativar o próprio sistema imunológico, induzindo uma resposta específica para combater o tumor, sem prejudicar células saudáveis de pacientes. Fonte: Jornal da USP.
A ativista Queer Ericka Hart vem promovendo debates sobre câncer de mama
Após ser diagnosticada aos 28 anos com câncer de mama, mesma doença que levou a sua mãe, Ericka Hart levou um choque e decidiu agir. Em 2016 compareceu no festival de música e expôs no palco as cicatrizes da sua de mastectomia para chamar atenção para a doença. Seu ato repercutiu na mídia e redes sociais. Desde então, Ericka, que também é educadora sexual, tem usado sua fama para conscientizar, especialmente as pessoas Queer e Trans negras, sobre o câncer de mama e debater sobre medicina, gênero, sexualidade e racismo.
Integrante do Instituto Projeto Cura já venceu dois cânceres e usa o seu trabalho para conscientizar e educar sobre a doença
Paula Dutra faz parte da equipe do Instituto Projeto Cura desde 2017, é publicitária e especialista em design, e é a responsável por cuidar das nossas redes sociais! Paula já teve câncer de mama e ovário e devido a isso participou de pesquisas clínicas, sendo uma grande defensora do incentivo a pesquisa no combate ao câncer. Desde o seu primeiro diagnóstico, em 2011, Paula decidiu compartilhar a sua história e o passo a passo do seu tratamento com outras mulheres. Assim, ela criou uma rede de apoio e compartilhamento de experiências no blog Mão na Mama @maonamama, onde também dá dicas de saúde e de autocuidado.
Dra. Angélica Nogueira é médica oncologista, pesquisadora e ocupa cargos de lidenraça em diversas instituições que apostam em uma abordagem didática e preventiva no combate ao câncer.
A Dra. Angélica é um exemplo de determinação e liderança. A médica foi a idealizadora do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (Grupo EVA), que busca promover a conscientização e pesquisa em câncer ginecológico. Além disso, a instituição defende os direitos dos pacientes oncológicos e os apoia durante o tratamento contra a doença. Atualmente, além de presidir o Grupo EVA, Dra. Angélica também é diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Chair Gynecology do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) e professora pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da Universidade Federal de Minas Gerais.
#JuntasSomosMaisFortes
O Instituto do Câncer Brasil (ICB) firmou este mês nova parceria com o Instituto Projeto Cura e agora faz parte do nosso time de doadores mensais. O Instituto do Câncer Brasil se firma nos pilares da assistência, ensino e pesquisa com qualidade, capilaridade e responsabilidade social. Desde 2012 o Instituto luta para democratizar o acesso da população do interior do Brasil a tratamentos oncológicos de qualidade.
Antigo parceiro na divulgação das ações do Instituto Projeto Cura, o ICB atua na criação e gerenciamento de estrutura clínica, cirúrgica e de radioterapia para tratamentos do câncer em hospitais, clínicas privadas, e em parcerias com Sistema Único de Saúde (SUS), por diversas cidades do Brasil.
Para além de trabalharem com alguns objetivos em comum, o diretor executivo do Instituto Câncer Brasil, Dr. José Márcio, afirma que colaboração do ICB com o Cura surgiu da admiração pelo projeto. “O que mais nos encanta no Cura é o seu DNA. A instituição pensa grande e não tem medo de encarar as dificuldades e desafios. Desde a sua fundação, nasceu com a pretensão de mobilizar a sociedade e conscientizar a população sobre pesquisa clínica e angariar fundos para tal. Isso por si só é fantástico e está muito alinhado com o nosso espírito de inovação e resiliência”.
O diretor ainda revela que a sua primeira impressão sobre o Projeto Cura foi muito positiva. “Há alguns anos quando conhecemos o embrião do Projeto Cura em um evento do LACOG, durante uma apresentação da sua presidente Fernanda Schwyter -com muito brilho nos olhos-, tivemos a certeza que era um projeto que deveríamos apoiar, tanto por estar em consonância com a missão, visão e valores da nossa instituição, como também pela qualidade e credibilidade das pessoas envolvidas”, relembra Dr. José Márcio.
Agora, celebramos um novo passo na parceria entre o Instituto Câncer Brasil e o Projeto Cura, o ICB passa a ser um dos doadores mensais do Projeto Cura. Sobre a iniciativa, a presidente do Instituto Projeto Cura, Fernanda Schwyter, comenta que “a parceria com o ICB vai possibilitar um incremento das nossas campanhas de conscientização sobre os benefícios das pesquisas na luta contra o câncer, bem como no financiamento das mesmas. Essa parceria também vai colaborar para criarmos um time mais forte e engajado para que possamos disseminar ainda mais a mensagem filantrópica do Cura e a importância das pesquisas científicas na região”
O Instituto Projeto Cura é a única organização na América Latina que se dedica a planejar e executar ações de conscientização e arrecadar fundos para apoiar várias pesquisas que visam combater o câncer - doença que faz muitas vítimas em todo o mundo. Portanto, a colaboração de pessoas físicas e jurídicas com a cultura da filantropia é essencial para que os cientistas possam continuar o seu trabalho e, através de pesquisas, encontrem tratamentos e curas para os mais diversos cânceres.
O Dr. José Márcio ainda reforça a importância do ato de doar e defende que “instituições sérias e sem fins lucrativos, com enorme responsabilidade social como o Instituto Projeto Cura, devem ser apoiadas sempre. Ainda mais quando estas instituições vislumbram a melhoria da nossa sociedade como um todo”. O diretor do ICB ainda faz o convite “Venham todos conosco! Temos a certeza de que iniciativas como a do Instituto Projeto Cura contribuirá para um ambiente de engajamento de pessoas, empresas e gestores públicos nessa luta tão importante”.
Texto por Letícia Barbosa
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Para muitas pessoas ainda é difícil entender o conceito de vacina, como ela funciona e a sua importância. Porém, de modo simples, a vacina pode ser entendida como um “remédio preventivo”, assim, a sua função é profilática, ou seja, a vacina torna o organismo de quem a recebe resistente a determinada doença, o que previne o seu surgimento e consequente disseminação na população. A importância de se vacinar está exatamente nesse ponto. Quando nos vacinamos não estamos protegendo apenas a nós mesmos, mas também a nossa família, amigos e até aqueles que não conhecemos.
A primeira vacina surgiu em 1798 e foi desenvolvida através das observações e estudos de Edward Jenner. O cientista inglês identificou que alguns trabalhadores não eram contaminados pela varíola porque já haviam se contaminado pela varíola bovina, um tipo mais leve da enfermidade. A partir desse quadro, Jenner entendeu que as substâncias biológicas causadoras das doenças, quando introduzidas em pacientes de forma atenuada ou inativa, poderiam estimular o sistema imunológico a reconhecer a bactéria ou vírus e produzir anticorpos contra a doença. Nesse caso, a vacina garantiria que o organismo do paciente desenvolvesse defesas para que, no caso de entrar em contato com o causador da patologia, possa combatê-la.
Ao longo dos anos as vacinas passaram por melhorias e novas descobertas foram feitas, mas a sua ideia permanece a mesma que foi descoberta por Edward Jenner. Portanto, a maioria das vacinas ainda hoje age no organismo simulando o efeito de quando entramos em contato com algum agente infeccioso e, como consequência, o nosso sistema imunológico cria anticorpos para nos proteger dele. Porém, com a vacina não há necessidade de sofrer com a doença para tornar-se resistente a ela. A vacinação estimula as defesas do organismo contra determinada doença sem que o indivíduo precise ficar doente.
Entre as doenças graves que as vacinas têm o poder de nos proteger, está o câncer. A vacina contra o HPV pode prevenir o surgimento de cânceres de pênis, garganta e ânus em meninos e câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal, além de lesões pré-cancerosas, verrugas genitais, e infecções causadas pelo HPV em meninas. A vacina pode ser tomada gratuitamente no SUS, todavia, devido a desinformação, muito deixam de vacinar seus filhos, pois associam a vacina ao estímulo à iniciação sexual precoce já que a vacina contra o HPV previne que o vírus seja transmitido através de relações sexuais e é aplicada em crianças entre meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Por causa disso, os números da doença vêm aumentando ao longo dos anos. Porém, esta faixa etária foi escolhida pela grande exposição a anticorpos e menor probabilidade de ter contato com o vírus por vias sexuais.
Ainda em novembro de 2020 pesquisadores da universidade de Oxford anunciaram que seus testes para desenvolver uma vacina contra o câncer de mama triplo negativo, o mais grave, foi 100% eficaz quando testados em camundongos. A vacina vem sendo desenvolvida desde 2009 e, assim como todas as outras, conta com anos de estudos até que seja aplicada na população. No entanto, em momentos de crise, como a da propagação do COVID-19 na população, as pesquisas e testes são duplicados e a colaboração internacional entre os pesquisadores é intensificada a fim de encontrar uma vacina contra o Coronavírus com velocidade e eficácia. Ainda assim, as vacinas são produzidas em laboratório com muito rigor técnico, científico e sanitário. É importante salientar que há um grande esforço dos profissionais de saúde para que as vacinas não apresentem efeitos colaterais ou, caso existam efeitos, sejam os mais leves possíveis. Além disso, pesquisas densas também são executadas para que as vacinas não causem as doenças que querem combater.
Outro detalhe importante é que as vacinas nem sempre são produzidas com os agentes biológicos causadores das doenças. Portanto, as vacinas podem ser compostas por Toxinas do organismo invasor, como na vacina contra o Tétano; pelo agente patológico em estado atenuado, como na vacina contra o Sarampo; ou inativo, como na vacina contra o HPV e a BCG. Há ainda vacinas que são compostas pelos anticorpos que combatem a doença e não pelo seu agente causador, a exemplo da vacina para Hepatite B.
Por fim, as vacinas previnem e salvam vidas. Mas para tal, é preciso atenção ao calendário de vacinação e às doses de reforço para que doenças já erradicadas não voltem a fazer vítimas. Desse modo, é possível entender porque a vacina é um pacto coletivo em prol da saúde, pois é uma medida de prevenção a moléstias que depende da colaboração de cada um dos cidadãos.
Texto por Letícia Barbosa
Pesquisas são estudos científicos, guiados por métodos, que colaboram para o aprofundamento e descoberta de novos conhecimentos em todos os domínios do saber. Assim, há pesquisas na área de humanas, que nos ajudam a entender sobre a sociedade; na área de exatas, as quais deixam claras as leis físicas que regem o nosso mundo e colaboram com a criação de novos recursos tecnológicos e há pesquisas na área da saúde, algumas delas são conhecidas como pesquisas clínicas.
As pesquisas clínicas, ensaios clínicos ou estudos clínicos são estudos importantes realizados pelos mais diversos ramos da área de saúde, pois visam descobrir novos medicamentos, conhecer detalhes das doenças, estabelecer novos tratamentos e proporcionar qualidade de vida para o paciente. Para que seja posta em prática, toda pesquisa clínica passa pela avaliação de um Comitê de Ética em Pesquisa, o qual garante a segurança e bem-estar dos pacientes que estão colaborando com o estudo.
Foi através das pesquisas clínicas que os medicamentos e tratamentos médicos, dos mais simples aos mais complexos, foram desenvolvidos e hoje ajudam a vida de milhares de pacientes. Um grande exemplo da importância da pesquisa clínica é a evolução do tratamento do câncer nos últimos 50 anos. A doença, que era considerada uma sentença de morte e sofrimento, hoje já apresenta novas perspectivas e grandes chances de curar cada vez mais pacientes e, principalmente, melhorar sua qualidade de vida. Por isso, tais estudos são de extrema importância para os pacientes oncológicos, pois muitos destes possuem formas da doença que ainda não tem cura.
Assim, a pesquisa clínica pode salvar vidas. Por causa dos diversos profissionais que estudam e descobrem novos medicamentos, doenças são combatidas e a qualidade de vida de quem está em tratamento melhora muito. Portanto, a pesquisa, para o paciente com câncer que não responde aos tratamentos convencionais, pode ser uma chance de tratamento e cura. Outro benefício das pesquisas clínicas é que elas podem ajudar pacientes que não têm acesso a medicina privada, pois esses poderão ter tratamentos inovadores através dos estudos clínicos.
Entendeu a importância das pesquisas clínicas? Agora que tal colaborar com os estudos que investigam a cura do câncer através de uma doação para o Instituto Projeto Cura? É fácil! Clique aqui e faça a sua colaboração.
Texto por Letícia Barbosa
Agora você também pode fazer a sua doação para o Instituto Projeto Cura de forma segura e instantânea usando o Pix.
Basta indicar como chave o CNPJ no Instituto Projeto Cura: CNPJ: 33.188.607/0001-04
O Pix é o mais novo sistema de pagamento lançado no Brasil, pelo qual pessoas físicas e empresas podem fazer transferência de valores apenas indicando a chave do destinatário do recurso, não sendo mais necessário fornecer informações como o número da conta, nome completo, entre outras. As opções de chave são CPF, e-mail, telefone ou uma chave aleatória. Para as empresas, é possível usar o CNPJ no lugar do CPF, como fazemos aqui no Cura.
Por esta modalidade de pagamento são permitidas transações de qualquer valor, 24 horas por dia, todos os dias da semana (incluindo feriados). O valor é recebido pelo destinatário em até 10 segundos.
Já disponível nos aplicativos e internet banking da maioria dos bancos, o uso deste recurso não tem nenhum custo.
Faça agora mesmo a sua doação para o Cura!
Ação de financiamento coletivo contou com apoio de médicos oncologistas de todo o Brasil, que mobilizaram mais de 300 doadores.
Campanha de financiamento coletivo arrecadou R$ 184 mil, entre julho e setembro, para investimentos em pesquisas científicas que combatem o câncer de cabeça e pescoço.“1.000 testes para pesquisas contra o câncer” foi o mote da campanha realizada em parceria com o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço - GBCP, e o Latin American Cooperative Oncology Group - LACOG, que contou com uma forte presença digital e apoio de médicos, celebridades, influenciadores e pacientes para superar todas as expectativas.
Com o objetivo de arrecadar os custos básicos de coleta e armazenamento de mil testes laboratoriais em amostras de sangue e biópsias de pacientes, a ação ultrapassou as projeções e alcançou 143% da meta, arrecadando o equivalente aos custos básicos de 1.430 testes laboratoriais.
O resultado só foi possível devido à dedicação dos médicos e pesquisadores do GBCP que, a partir de uma estratégia inovadora, mobilizaram 335 doadores para a causa. Apesar das dificuldades causadas pela Covid-19, foram gerados mais de 7 mil acessos à página de doações. Além de arrecadar recursos, a iniciativa buscou conscientizar sobre a importância do apoio a pesquisas científicas no Brasil.
Segundo a Dra. Aline Lauda, oncologista, pesquisadora do Grupo Cooperativo Latino Americano de oncologia e presidente do Grupo Brasileiro de câncer de Cabeça e pescoço – GBCP, “um tratamento desenvolvido em outro país não é necessariamente adequado ao paciente brasileiro. Por isso, é fundamental realizar estudos dentro na nossa realidade para respondermos com precisão às nossas questões particulares.” Segundo a pesquisadora, pesquisas nacionais também ajudam a reduzir os custos de tratamentos no país.
O Câncer de Cabeça e pescoço é o terceiro mais frequente no homem brasileiro. É uma doença muito debilitante, inclusive com efeitos estéticos devastadores nos olhos, narizes e lábios. Por conta das dificuldades de engolir, cerca de 60% dos pacientes apresentam algum grau de desnutrição ao receber o diagnóstico, já que de 80% dos casos são diagnosticados já em fase avançada.
O Instituto Projeto Cura, instituição sem fins lucrativos com sede no Brasil, é a única na América Latina que atua no planejamento e realização de ações de conscientização e captação de recursos para as pesquisas de combate ao câncer. Segundo a presidente do Instituto, Fernanda Schwyter, “Iniciativas como esta são fundamentais para desenvolver a cultura da filantropia no Brasil. Esta já foi a maior campanha de captação de recursos para a pesquisa científica que se tem notícia no país. E estamos só começando.”
Promovido pelo Instituto Projeto Cura, o workshop “Benefícios da Pesquisa no Combate ao Câncer” o uniu médicos, pacientes oncológicos, líderes de ONGs e demais interessados em um momento virtual e histórico de troca de conhecimentos. O workshop foi o primeiro do tema a ser realizado na América Latina e viabilizou debates sobre a importância das pesquisas científicas em mais de 6 horas de evento, superando 200 inscritos. A iniciativa, que aconteceu entre os dias 7 e 8 de outubro, foi gratuita e patrocinada pela Roche.
Com proposta didática, o workshop contou com 8 palestras ministradas pelos conferencistas:
No segundo dia, as palestras foram lideradas por:
Profissionais renomados também estavam disponíveis para tirar dúvidas dos participantes. As discussões ocorreram em grupos pequenos, garantindo ao público acesso direto aos coordenadores médicos:
Durante as discussões, contamos com o apoio das moderadoras do Cura: Lisiane Mota, Marie Caponero, Alcina Mara Rodrigues e Fernanda Schwyter.
A realização do workshop tornou-se possível devido à disponibilidade dos conferencistas e coordenadores médicos, que abrilhantaram o nosso evento, e o apoio das seguintes instituições:
Nossos agradecimentos também aos mais de 20 profissionais da área no suporte que colaboraram para a realização do workshop.
Entre os dias 07 e 08 de outubro de 2020, o Instituto Projeto Cura promoverá o 1º Workshop Brasileiro - Benefícios das Pesquisas no Combate ao Câncer. Direcionado a líderes de ONGs, grupos de apoio e associações de pacientes, o evento tem como objetivo disseminar conteúdos e capacitar sobre a importância dos benefícios das pesquisas oncológicas na luta contra o câncer.
A pandemia do novo coronavirus trouxe a luz a importância da pesquisa científica no combate a doenças pandêmicas. Se considerarmos os números do câncer, podemos concluir que o mundo convive com uma epidemia dessa doença. Estudos revelam que 1,7 milhão de casos serão diagnosticados nos próximos anos e mais de 1 milhão de mortes por câncer serão registradas anualmente, superando as doenças cardiovasculares como principal causa de morte da população.
Entre as principais barreiras para o desenvolvimento da pesquisa clínica na América Latina estão a falta de reconhecimento público sobre a sua importância, obstáculos legais e regulatórios em alguns países e, criticamente, a falta de financiamento para apoiar as investigações.
O Instituto Projeto Cura é a única instituição na América Latina com foco na conscientização e levantamento de recursos para o financiamento das pesquisas na região.
“Nossa intenção é conscientizar a população sobre os benefícios, desmistificar preconceitos e arrecadar fundos para as pesquisas científicas. A ciência e a história nos mostram que as pesquisas salvam vidas e que geram conhecimento sobre novas técnicas e tratamentos. Para muitas pessoas esta é a única chance de cura.
O workshop é uma ação que busca compartilhar conhecimento, mobilizar instituições e engajar pessoas na causa", explica Fernanda Schwyter, presidente do Cura. O workshop, patrocinado pela Roche, contará com uma programação composta por conferências que serão ministradas por especialistas em pesquisas e médicos renomados, como os doutores, Carlos Barrios, Fábio Franke, Heloisa Resende, Andreia Melo, Liliam Arruda, Jose Marcio de Figueiredo Ferraz, Fernando Maluf, Paulo Fernandes e Juliana Mauri. Serão mais de 6 horas de conteúdo, ministrados em dois dias, contemplando debates e discussões em torno do tema. Uma oportunidade única para uma troca rica de informações e conhecimento.
Serviço:
1º Workshop Brasileiro Benefícios da Pesquisa no Combate ao Câncer Evento online com inscrições gratuitas Dias 07 e 08 de outubro de 2020, a partir das 15h. Inscrições pelo link: https://forms.gle/W8sK4QW8f9iCEwh69
As pesquisas científicas são uma etapa importante na busca por melhores tratamentos e medicações para os pacientes oncológicos. Pensando nisso, o Projeto Cura lança nova iniciativa de apoio à ciência, a campanha de financiamento coletivo “1,000 testes para pesquisas contra o câncer”, que apoiará diversas pesquisas realizadas pelo Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP).
A ação tem como objetivo arrecadar 1,000 testes laboratoriais para analisar amostras de sangue ou tumor em pesquisas brasileiras que investigam o câncer de cabeça e pescoço. Além disso, a campanha também busca chamar atenção para a importância de apoiar as pesquisas científicas realizadas no Brasil.
Segundo a Dra. Aline Lauda, oncologista, pesquisadora do Grupo Cooperativo Latino Americano de oncologia e presidente do GBCP, um tratamento desenvolvido em outro país não é necessariamente adequado ao paciente brasileiro. Por isso, é fundamental realizar estudos dentro na nossa realidade para respondermos com precisão às nossas questões particulares. Segundo a oncologista, pesquisas nacionais também ajudam a reduzir os custos dos tratamentos no país.
As arrecadações serão destinadas ao Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), que em parceria com o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP), desenvolve estudos que buscam tratamentos mais eficazes e a melhoria na qualidade de vida do paciente oncológico.
Sobre o câncer de cabeça e pescoço
O câncer de cabeça e pescoço é o terceiro mais frequente no homem brasileiro. É uma doença muito debilitante, inclusive com efeitos estéticos devastadores nos olhos, narizes e lábios. Por conta das dificuldades para engolir, cerca de 60% dos pacientes apresentam algum grau de desnutrição ao receber o diagnóstico, já que de 80% dos casos são diagnosticados já em fase avançada.Hoje, existem mais de 600 mil novos casos de câncer diagnosticados por ano no país.
Saiba mais e faça a sua doação
Para saber mais detalhes e apoiar a campanha, os interessados podem acessar a plataforma Benfeitoria clicando aqui. As doações podem ser feitas por cartão de crédito ou boleto bancário.
As empresas interessadas em apoiar a campanha podem entrar em contato conosco pelo e-mail contato@projetocura.org
Faça a sua doação, compartilhe, fale para seus amigos e familiares! Precisamos construir uma cultura de apoio às pesquisas científicas no Brasil.
Para facilitar o recebimento de doações recorrentes, o Instituto Projeto Cura disponibiliza uma ferramenta (PayPal) que pode ser utilizada por doadores no Brasil como também no exterior. Por meio do sistema, as pessoas podem se programar para que a doação seja debitada mensalmente.
A captação de recursos é um dos trabalhos desenvolvidos pelo Cura, cujo propósito é contribuir para a realização de estudos clínicos na busca de novos tratamentos para o combate ao câncer. O projeto também atua na conscientização sobre a importância da pesquisa clínica e no desenvolvimento da cultura da filantropia na América Latina.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no triênio 2020-2022, o Brasil terá 625 mil novos casos de câncer a cada ano. Os mais incidentes serão os de mama e de próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil), excetuando o câncer de pele não melanoma (177 mil casos novos).
O câncer de cabeça e pescoço, que será alvo em breve de campanha do Cura, registra 1,3 milhão de novos casos no mundo por ano. No Brasil, é o terceiro tumor mais frequente nos homens (boca e laringe) e o quinto nas mulheres (tireoide).
Nesse cenário, cada centavo doado é importante para a descoberta de novos tratamentos. Segundo a presidente do Cura, Fernanda Schwyter, “no Brasil, é necessário avançar muito para que se alcance os padrões internacionais no desenvolvimento de pesquisas clínicas”.
Fernanda explica que a participação em um estudo clínico pode ser a única chance de vida de muitos pacientes que não encontram resultados satisfatórios nos tratamentos convencionais.
Recursos recebidos pelo Cura, por meio de doações, já apoiaram o início de uma pesquisa de câncer de mama e uma de próstata, coordenadas pelo LACOG (Grupo latino-americano de Oncologia).
O oncologista Dr. Fernando Maluf é o vencedor do prêmio Renata Thormann Procianoy, concedido pelo Instituto Projeto Cura para homenagear pesquisadores científicos brasileiros que têm contribuído para a melhora dos tratamentos e a sobrevida dos pacientes.
A premiação foi divulgada nessa terça-feira (9) durante o Best Of ASCO20 Virtual, edição Brasil, evento oficial licenciado pela ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), que promove, anualmente, o maior e mais importante congresso mundial de Oncologia.
Dr. Fernando Maluf é o investigador principal de um estudo 100% brasileiro sobre uma nova droga para o câncer de próstata em estágios avançados. Coordenado pelo Grupo Latino de Oncologia (LACOG), com sede em Porto Alegre (RS), o ensaio clínico envolveu 14 centros de pesquisa e diversos oncologistas brasileiros.
Os resultados foram apresentados pelo médico em plenária da ASCO20 virtual americana dia 29 de maio e, nessa segunda-feira (8), no evento brasileiro. Segundo ele, o trabalho mostrou resultados muito interessantes e conseguiu chegar ao pódio do congresso americano de Oncologia. “O ineditismo dessa pesquisa coloca o tamanho da importância que ela pode gerar para pacientes do mundo inteiro e por isso esse trabalho foi selecionado como um dos mais importantes do congresso inteiro”, explica.
A comissão científica responsável pela escolha do vencedor do prêmio Renata Thormann Procianoy foi presidida pelo diretor médico do hospital Sírio Libanês e docente da Academy Of Leadership Sciences Switzerland, oncologista Dr. Max Mano.
Sobre a pesquisa
A testosterona é o principal alimento da célula maligna do câncer de próstata e o procedimento padrão no tratamento é a castração hormonal – química ou cirúrgica. No entanto, segundo Maluf, “a redução da testosterona no homem leva a uma série de efeitos colaterais: perda de libido, de potência, massa óssea, muscular e efeitos neurológicos, além de calorões, colocando a qualidade de vida num patamar, muitas vezes, muito baixo”.
O estudo apresentado na ASCO submeteu 128 pacientes ao uso de drogas que impedem que a testosterona chegue até a célula cancerígena.
Conforme o oncologista, “esse é o primeiro estudo no mundo que é feito avaliando essas novas estratégias no câncer de próstata avançado com o objetivo de, num estudo confirmatório, substituir a castração hormonal por essas novas drogas, preservando a mesma eficácia, mas aumentando a qualidade de vida”.
O médico atua no hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e no hospital Israelita Albert Einstein. É professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Prêmio Renata Thormann Procianoy
Essa foi a segunda edição do prêmio Renata Thormann Procianoy. Em 2019, o vencedor foi o médico Thiago Bueno , do hospital ACCamargo, graças a um trabalho voltado a pacientes com câncer de cabeça e pescoço localmente avançados.
O nome da láurea é uma homenagem a Renata, falecida em um acidente de carro, em 2013. Renata teve um trabalho incessante na busca de pesquisas que ajudassem a sua mãe, Nora Thormann, a descobrir um tratamento para o câncer que enfrentava.
Os esforços resultaram na inclusão de Nora numa pesquisa coordenada pelo médico Roberto Miranda no hospital MD Anderson, da Universidade do Texas (EUA). Após o episódio, Nora quis contribuir com a realização de pesquisas e promoveu uma doação ao Projeto Cura, que foi direcionada às pesquisas coordenadas pelo LACOG.
Conforme a presidente do Cura, Fernanda Schwyter, “a missão do Projeto Cura é desenvolver a cultura da filantropia na América Latina, conscientizar a população sobre os benefícios das pesquisas, incentivar novos pesquisadores, captar e gerir, com os melhores rigores éticos, recursos para o financiamento de pesquisas oncológicas na região, que contribuam para a descoberta da cura do câncer”.
20 de maio de 2020 – Hoje é o Dia Internacional da Pesquisa Clínica. A data, instituída para sensibilizar a sociedade sobre a importância dos estudos clínicos, é comemorada diante da mais grave emergência sanitária da história recente.
Devido à pandemia do novo coronavírus, há um esforço global e numa velocidade sem precedentes para a descoberta de uma vacina, medicamentos e diagnósticos, que contribuam para barrar os efeitos da pandemia. A Ciência ganha protagonismo e sairá, certamente, mais fortalecida deste triste episódio.
No Brasil, no entanto, ainda é necessário avançar muito para que se alcance os padrões internacionais no desenvolvimento de pesquisas clínicas.
Segundo a publicação “A importância da Pesquisa Clínica para o Brasil”, de 2019, da INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), enquanto o Brasil está entre as dez primeiras posições nos rankings globais de população, PIB e mercado farmacêutico, ele ocupa o 24º lugar em termos de participação em estudos clínicos, o que representa uma queda de sete posições em dez anos.
As duas áreas terapêuticas mais pesquisadas no mundo, de acordo com a entidade, são Oncologia e Sistema Nervoso Central (SNC), representando as duas juntas 42% de todos os estudos iniciados em 2018.
Conforme o diretor do Lacog (Latin American Cooperative Oncology Group), oncologista Dr. Carlos Barrios, há por volta de 70 mil experimentos em andamento no mundo com pacientes de câncer, onde são testados diferentes tratamentos. Em torno de 45% são conduzidos nos Estados Unidos, 25% na Europa e, apenas, 2% na América Latina.
O oncologista enumera várias barreiras para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil: recursos insuficientes, burocracia nos órgãos públicos, necessidade de mais centros de pesquisa e a falta de informação da população sobre a importância dos experimentos.
Nos últimos anos tem havido uma preocupação maior das autoridades regulatórias e éticas para acelerar o tempo de aprovação dos protocolos, a fim de que os prazos no Brasil estejam mais alinhados com os de outros países, assinala Barrios. Tramita, inclusive, na Câmara dos Deputados o projeto de Lei 7082/17, que traz nova regulamentação para a área.
Conforme o médico, com a Covid-19, o Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) tem demonstrado que é possível uma maior agilidade na emissão de pareceres. O órgão criou câmaras digitais e aprovou 253 experimentos até 11 de maio, em período recorde.
Outro aspecto relevante, na opinião do oncologista, é a falta de informação. “Quando as pessoas entendem a importância da pesquisa, elas querem participar do processo”, diz.
Segundo ele, somente uma minoria deixa de assinar o termo de consentimento, documento que contém informações sobre tudo o que vai ocorrer no estudo clínico. “Isso demonstra que o paciente informado é alguém que colabora porque sente que o processo é algo positivo para ele”.
Para o Dr. Barrios, o Projeto Cura tem uma grande missão que é gerar conhecimento na sociedade sobre a importância da pesquisa. “Que o cidadão tenha orgulho de dizer que participou de um projeto de pesquisa”, conclui.
O Instituto Projeto Cura e o Instituto Brasileiro do Controle de Câncer (IBCC) firmaram parceria para o desenvolvimento de ações que promovam uma melhor atenção aos pacientes de câncer. O acordo entre as organizações prevê a realização de atividades direcionadas aos pacientes e a divulgação dos benefícios da pesquisa clínica, que, muitas vezes, é a única chance de cura do doente.
Conforme a presidente do Cura, Fernanda Schwyter, “a parceria com o IBCC é de extrema importância, considerando a relevância do instituto no tratamento do câncer”. Fernanda explica que entre os objetivos da cooperação estão a realização de workshops para pacientes, associações de pacientes e público leigo, oportunidade em que os interessados poderão obter esclarecimentos mais aprofundados sobre as neoplasias e tudo que as envolve.
Além disso, o projeto tem como público alvo médicos residentes e profissionais da área de saúde, que receberão informações sobre pesquisa clínica em eventos organizados pelo Cura. Segundo Fernanda, “é importante que, desde cedo, os médicos residentes tenham contato com o universo da pesquisa clínica e possam orientar melhor os seus futuros pacientes sobre o assunto”.
A iniciativa só foi possível graças à colaboração da diretora Clínica e coordenadora médica do Centro de Pesquisa do IBCC, Dra. Lilian Arruda. A médica participou da campanha “A Cura do Câncer Está Em Nossas Mãos”, realizada pelo Projeto Cura para arrecadar fundos para a Pesquisa NeoSamba, tendo liderado a arrecadação. O estudo clínico ocorrerá em 12 centros brasileiros, inclusive no IBCC.
“Ficamos muito felizes em poder nos dedicar a um projeto que acreditamos. Sentimo-nos na obrigação de abrir espaço e estimular a troca de informações confiáveis para a população. Esperamos que, juntos, possamos ser ferramenta de disseminação do conhecimento sobre pesquisa clínica. Nós abraçamos o Cura”, declarou a oncologista.
O Projeto Cura tem como objetivo criar a cultura de filantropia para captar e gerir, com os melhores rigores éticos, recursos para o financiamento de pesquisas oncológicas. O IBCC é uma rede de serviços hospitalares especializada em oncologia e em pessoas com câncer há mais de 50 anos em São Paulo. É uma instituição privada, beneficente de assistência social, pioneira no combate ao Câncer de Mama no Brasil e com assistência a mais de 15 especialidades oncológicas. Há 25 anos, é detentor da campanha “O câncer de mama no alvo da moda no Brasil”.
O vencedor(a) da segunda edição do prêmio Renata Thormann Procianoy será divulgado durante o Best Of Asco Brasil 2020, realizado pelo LACOG – Latin American Cooperative Oncology Group e o Instituto Ética, de 8 a 11 de junho, de forma virtual.
O prêmio foi criado pelo Instituto Projeto Cura para prestigiar e reconhecer investigadores de trabalhos científicos na área oncológica.
A comissão científica, presidida pelo diretor médico do hospital Sírio Libanês e docente da Academy Of Leadership Sciences Switzerland, oncologista Dr. Max Mano, será a responsável pela escolha do estudo clínico brasileiro com maior destaque em 2020. Além do Dr. Max Mano, mais 6 oncologistas integram a comissão.
A presidente do Cura, Fernanda Schwyter, lamenta a impossibilidade da realização física do evento em razão da COVID- 19, mas exalta a iniciativa do LACOG para a concretização do evento científico virtual.
“Com a realização do congresso, os participantes poderão conhecer as inovações nos tratamentos do câncer e também daremos sequência ao planejamento do Projeto Cura de enaltecer com a láurea os grandes esforços de um pesquisador(a) do Brasil na busca da cura do câncer”, ressalta.
O Best Of ASCO, edição Brasil, é um evento oficialmente licenciado pela ASCO – American Society of Clinical Oncology. O encontro apresentará os trabalhos mais relevantes e cientificamente importantes da ASCO Annual Meeting. A primeira edição do prêmio Renata Thormann Procianoy ocorreu no Best of ASCO de 2019 e o ganhador foi o médico Dr. Thiago Bueno.
O Projeto Cura foi destacado na prestigiada revista BIG Research in Focus ( Issue 12 March 2020, pág 32), editada pelo Breast International Group, entidade dedicada a pesquisas sobre câncer de mama.
A publicação noticiou a participação do Projeto Cura no evento Ready For Christmas, realizado em 13 de dezembro, em Miami, dentro da Journey Through Brazilian Experience, atividade cultural do Consulado Geral do Brasil em Miami, para arrecadação de fundos para a luta contra o câncer.Na oportunidade, houve a apresentação da cantora e compositora venezuelana Marger, acompanhada pelo pianista e maestro porto-riquenho José Negroni e sua banda de jazz, indicada 3 vezes ao Grammy Latino.Leia a matéria completa na revista do Breast International Group na página 32:
No último dia 8, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) divulgou e comemorou a rápida aprovação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisas (CONEP), ligada ao Ministério da Saúde, do projeto que vai avaliar a prevalência da infecção pelo novo coronavírus em pacientes com câncer, maiores de 18 anos, em tratamento ou acompanhamento oncológico.A iniciativa, denominada ONCOVID 19.1 – Consórcio Nacional de COVID-19 em Pacientes com Câncer, objetiva coletar informações dos prontuários dos pacientes de todas as regiões do país diagnosticados com o coronavírus, nos setores público e privado, para subsidiar estratégias, protocolos e políticas de combate à doença e de cuidado entre pacientes oncológicos.A plataforma, que poderá ser alimentada por todos os oncologistas clínicos da SBOC, por meio de um questionário online, está em desenvolvimento. A expectativa é que o link para acesso à pesquisa seja disponibilizado até início de maio.CONEPA CONEP é o órgão responsável pela análise e emissão de pareceres sobre as pesquisas clínicas no Brasil e está ligada diretamente ao Conselho Nacional de Saúde (CNS). Todos os protocolos de pesquisa clínica passam pelo crivo do órgão.Devido à pandemia, as propostas de pesquisa têm tramitado em caráter de urgência, conforme previsto na resolução nº 580/2018. Até 10 de abril, a comissão já havia emitido 64 protocolos de pesquisas científicas relacionadas ao novo coronavírus.Com informações da SBOC e CONEP
O Instituto Projeto Cura doou para o LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group) o valor de 20 mil reais, que apoiará o início das atividades da terceira fase do Estudo NeoSamba, cujo objetivo é analisar a sequência da medicação usada atualmente no tratamento do câncer de mama HER2 negativo, de forma a impedir a recidiva na paciente.A doação só foi possível graças ao empenho de médicos oncologistas e profissionais de Saúde, que, por meio de suas redes sociais, incentivaram as doações para a pesquisa. A vencedora da ação, desenvolvida dentro da campanha “A Cura do Câncer está em nossas mãos”, foi a diretora clínica do IBCC Oncologia (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), oncologista Lilian Arruda.Segundo a médica, apenas 2% das pesquisas realizadas no mundo contam com a participação do Brasil. Lilian ressalta a importância de que sejam realizadas mais pesquisas no país. “Somos a nona economia do mundo, mas ficamos em 24º lugar na realização de pesquisas clínicas”, lamenta.Pesquisa NeoSambaA fase 3 da pesquisa NeoSamba será realizada em 12 centros oncológicos, distribuídos em 8 estados brasileiros, com pacientes do SUS. O investigador principal do estudo é o oncologista José Bines. Conforme o médico, “há muito trabalho a ser feito no diagnóstico, tratamento e pesquisa para melhorarmos os resultados do câncer de mama no país”.A fase 2 do ensaio clínico, conduzido pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), investigou 118 pacientes. Na oportunidade, foi avaliado se a mudança na ordem dos medicamentos da classe das antraciclinas e taxano traria diferença na sobrevida das mulheres. O estudo indicou que tratá-las primeiro com taxano e depois com antraciclinas, e não o contrário, como era o padrão anterior, poderia trazer mais ganhos significativos de sobrevida livre de progressão e, principalmente, de sobrevida global.A fase 3 da pesquisa, que é um estudo científico confirmatório, ampliará o universo de pacientes pesquisadas. “Os resultados desta análise podem redefinir o melhor tratamento de quimioterapia neoadjuvante (realizada antes da cirurgia) para mulheres com câncer de mama localmenteavançado. A conclusão pode ter impacto global imediato no cuidado de mulheres com câncer de mama”, conclui o médico.De acordo com dados do INCA para o triênio 2020-2023, o Brasil terá 600 mil novos casos de câncer por ano. O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres com uma previsão de 66 mil novos casos anuais. Ele representa quase 1/3 de todos os tumores nas mulheres e esse número é maior do que a soma dos 3 tumores seguintes: intestino, colo de útero e pulmão.Padrinhos e madrinhasParticiparam da campanha do Cura os médicos e profissionais da saúde: Heloísa Rezende, Susana Ramalho, Tomás Reinert, Alessandra Morelle, Eduardo Romero, Flávia dos Santos, Gilberto Amorim, Gustavo Werutsky, José Bines, Monique Bionotto e Vivian Antunes.