Artigo de autoria de Stephen Stefani, Médico Oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus, Porto Alegre – RS, publicado em 10/10/2016 pelo jornal online ZH Opinião.Outubro já tem sua cor. O rosa tem ocupado espaços e lembrado sobre a importância do câncer de mama. As estatísticas crescentes corroboram a nítida percepção de que quase todos nós somos tocados pelo câncer, em familiares, amigos ou consigo mesmo. E estimativa é que, este ano, quase 60 mil mulheres receberão a notícia de que estão com câncer.Possivelmente farão cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou alguma combinação de tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a incidência pode reduzir em 30{46cf1a6c7461ff493d31bdca70d45967bd1ce7048f85e123712b94daa5b61391} evitando fatores de risco como obesidade, excesso de uso de álcool e tabagismo.O engajamento em campanhas de conscientização tem crescido, mas ainda é muito mais rico em redes sociais e outras mídias do que em medidas práticas. Muitas mulheres com mais de 40 anos ainda não fizeram sua mamografia, porque cometem o erro de achar que não ter sintomas ou história familiar dá proteção suficiente.O acesso a tratamentos no sistema público é demorado e incompleto. Os preços de novas drogas são quase inviáveis para o orçamento disponível. A realidade pode não ser tão rosa, portanto. Mas estamos avançando. Tratamentos tóxicos estão sendo muito mais bem tolerados e doenças até recentemente incuráveis estão sendo curadas. As pesquisas científicas estão mais próximas de todos e falar sobre a doença já não é tão assustador, mas precisamos de medidas práticas. Iniciativas de arrecadar recursos para pesquisa como o Projeto Cura (www.projetocura.org), que permite doações dedutíveis de imposto de renda, oferecem esperança de ver um futuro menos devastador. Pessoas estão sobrevivendo e lutando para que os próximos também tenham acesso a esses avanços, em uma corrente que mostra que o ser humano é muito melhor do que muitas vezes pensamos.
Após cerca de quatro anos lutando contra um linfoma não-Hodgkin que não respondeu definitivamente a nenhum dos tratamentos até então existentes, em fins de 1997 eu fui informada que a medicina não tinha mais nada a fazer por mim. Em outras palavras, era chegado o fim da estrada terrena.
Poucas semanas depois, enquanto tentava achar algum atalho para continuar na estrada, eu soube que o FDA (agência norte-americana que controla alimentos e medicamentos) havia aprovado o uso humano experimental de uma nova medicação projetada exatamente para aquele tipo de linfoma. Como bióloga apaixonada pela vida e como paciente que não queria morrer, decidi "correr atrás" daquela última possibilidade. Quase duas décadas depois de ter sido curada, continuo agradecendo a Deus, aos médicos, aos pesquisadores, às cobaias de laboratório, aos advogados e também às pessoas e às empresas que financiaram as pesquisas que resultaram naquela medicação.
Tenho visto com preocupação o avanço assustador do câncer no mundo inteiro, especialmente nos países em vias de desenvolvimento. Nestes países os desafios são ainda maiores devido à especificidade regional de alguns tipos de câncer, à escassez de recursos para prevenção e diagnóstico precoce, além da inexistência de uma cultura de apoio financeiro às pesquisas clínicas, apesar dos benefícios fiscais previstos para todos os doadores – pessoas físicas e jurídicas.
O Projeto Cura é um alento neste cenário, pois ele visa justamente a angariar recursos para apoiar as pesquisas de novos medicamentos para combater o câncer no Brasil. Aqui temos normas rígidas para aprovação das pesquisas pelos comitês de ética locais, os quais integram uma rede nacional de regulamentação que protege a segurança e o bem estar de cada participante das pesquisas.
Os benefícios advindos das pesquisas clínicas não alcançam apenas os pacientes que são curados e retomam o seu curso normal da vida. Elas também agregam valor às instituições e aos profissionais envolvidos nas suas diversas etapas, abrindo novas fronteiras do conhecimento científico que embasarão novos avanços científicos.
A vida não tem preço. Por favor, ajude o Projeto Cura a curar vidas!
Cristina Santedicola
Bióloga, Mestre em Geologia
Salvador 13/set/2016
Conheça a página de doações do Instituto Projeto Cura e descubra como ajudar! É só clicar aqui!
O Hospital do Câncer Mãe de Deus e a Sociedade Hípica Porto Alegrense promovem no dia 24 de setembro de 2016 o 1º Jantar em Prol da Pesquisa do Câncer - O Câncer não é páreo quando trabalhamos juntos!
O Jantar busca arrecadar fundos para o projeto CURA que é uma iniciativa do LACOG (Latin American Cooperative Oncology Group) que propõe o desenvolvimento de ações para captar recursos para a pesquisa do câncer na América Latina. O Projeto Cura faz de eventos um meio para conscientizar, educar e levantar fundos para pesquisas sobre o câncer, consideradas fundamentais para a descoberta de novos tratamentos da doença. O jantar tem uma proposta diferenciada onde os convidados irão acompanhar uma prova Hípica em um ambiente sofisticado e elegante.
Objetivos do evento:
Algumas informações importantes sobre o evento:
Data: 24 de setembro de 2016 – sábado – 19:45hsLocal: Sociedade Hípica Porto Alegrense, Av. Juca Batista, 4931 – Zona Sul - Porto Alegre-RS; estacionamento com manobrista (sem custo)Traje: Passeio completoPúblico alvo: 150 pessoas da Sociedade Porto Alegrense
Agenda do evento:19:45hs – Coquetel de recepção dos convidados20:30hs – Início da prova hípica – modalidade Salto21:15hs – Abertura oficial21:45hs – Jantar e leilão
Você ou sua empresa podem ter uma satisfação única em participar de um jantar em prol do bem fazendo parte daqueles que acreditam que a luta contra o câncer depende de união, pesquisa e mobilização.
Para mais informações, entre em contato:Vanessa Patzlaff BrandolfVanessa.brandolf@maededeus.com.brFone: 55 51 9282 4239
O Projeto Cura foi apresentado na 11ª edição do Congresso de Câncer de Mama, na Conferência Inércia e Negação: a participação da sociedade brasileira/latino americana na luta contra o câncer.
O congresso foi realizado na cidade de Gramado, Rio Grande do Sul, e apresentação foi realizada pela Coordenadora de Captação do Projeto Cura, Fernanda Schwyter.
Apresentação do Projeto Cura no Congresso de Câncer de Mama em Gramado.
Da esquerda para a direita: Laura Voelcker – Gerente de Projetos do LACOG; Raira Maschmann – Gerente de Dados e Monitora do LACOG; Dr Carlos Barrios – Diretor Executivo LACOG; Fernanda Schwyter -Coordenadora de Captação de Recursos do LACOG; Dra Ana Gelatti – Oncologista e pesquisadora do CPO; e Virgínia Webber – Gerente de Pesquisa Clínica do CPO.
Workshop de Oncologia para Jornalistas no Congresso de Câncer de Mama, Gramado 2016.
O Projeto Cura foi lançado em Salvador no evento do BEST Of ASCO 2016 Annual Meeting, organizado pelo LACOG. Na ocasião, foi realizada uma apresentação do projeto proferida pela sua coordenadora de captação, Fernanda Schwyter. Acompanharam o lançamento, os médicos Dr Carlos Barrios (RS), Dr Fernando Maluf (SP), Dr Sergio Jobim de Azevedo (RS), Dra Aknar, Freire de Carvalho Calabrich (BA), Dr Carlos Sampaio ( BA), Dr Caio Rocha Lima (USA) e Dr Mohammed Jahanzeb (USA).
Neste processo, são observados os padrões e as características das doenças bem como testados novos procedimentos diagnósticos e tratamentos. É onde o medico observa não só a doença, a célula, o tumor, mas principalmente o DOENTE, o SER HUMANO.
Porque é única maneira de descobrir novas drogas para o enfrentamento dos vários tipos de câncer que dizimam vidas e sobrecarregam social e financeiramente a sociedade de maneira geral.Existe inicialmente a pesquisa laboratorial, onde o cientista fica num laboratório desenvolvendo e testando drogas, remédios para curar doenças. Este processo inicial costuma levar mais de 10 anos antes de seguir para o teste em humanos.E existe a pesquisa clínica, que é testar o remédio em seres humanos.É por meio da pesquisa que os médicos encontram novas e melhores maneiras de ajudar a população a prevenir, diagnosticar, controlar e tratar doenças.Exemplo disto é a grande evolução do tratamento do câncer vista nos últimos 50 anos e que nos beneficia a todos. A doença que era considerada uma sentença de morte e sofrimento, hoje em dia já apresenta novas perspectivas: estamos curando cada vez mais pacientes e, principalmente, melhorando sua qualidade de vida.
Porém ainda precisamos fazer muito, gerar mais conhecimento e desenvolver drogas mais eficazes para enfrentar o enorme desafio do câncer, especialmente aqueles tipos regionalizados nos países em desenvolvimento, os quais não são abrangidos pelas pesquisas mundiais).
Por que o Brasil (AMÉRICA LATINA), um país (UMA REGIÃO) com tantos problemas basicos de saúde, com problemas de falta de saneamento, educação, deveria investir em pesquisa para câncer? Isso não é para paises que já superaram essas dificuldades?
Porque será a principal causa de morte nos próximos anos. Acarretando um grande impacto social e econômico.É inquestionável que os países da América Latina precisam resolver importantes problemas sociais e de saúde pública, tais como acesso à saúde básica, saneamento e educação. No entanto, investimentos não podem ser focados apenas nestas áreas, pois assim estaríamos subtraindo dos nossos doentes de cancer a possibilidade de ter acesso aos mais recentes avanços da ciência que beneficiam pacientes em todo o mundo. A probabilidade de falecer após o diagnóstico de câncer é duas vezes maior na América Latina do que nos Estados Unidos ou na Europa. Esta realidade só pode ser alterada com a facilitação do acesso aos tratamentos novos que agora são disponíveis graças à pesquisa. Assim, os recursos alocados para o desenvolvimento de pesquisa se convertem em benefício direto para a população, abrindo oportunidades de acesso a tratamentos de última geração que não são financiados pelos sistemas públicos de saúde (e, muitas vezes, por ser tratarem de drogas novas, não são disponíveis nem mesmo nos sistemas privados). Pesquisa e produção de conhecimento local são as principais armas para mudar a condição do nosso continente no qual grande parte dos pacientes recebem tratamentos inferiores aos recebidos em outros locais.
Os novos conhecimentos produzidos pela pesquisa mudam nossa maneira de viver e nossa cultura. Um claro exemplo disso é o descobrimento da associação entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão identificada em 1965 pelo professor Austin Bradford Hill. Ao longo destes anos, nossa sociedade incorporou este conhecimento técnico ao seu senso comum, mudando a nossa maneira de pensar e nosso comportamento.
Hoje em dia, as propagandas de cigarro são regulamentadas e já não mais é permitido fumar em locais públicos. Muitos são os benefícios que essa mudança de comportamento trouxe para nossa sociedade: redução na incidência de infartos cardíacos, de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e de crianças doentes pela exposição ao tabagismo passivo.